
Amados, quando o jornalista denunciado adotou o procedimento de lançar o material (que dizia bombástico) aos poucos, eu achei muito estranho. Esse "modus operandi", a meu ver, não coincidia com jornalismo. Se havia um material, ele deveria ser logo noticiado.
Ontem, ao ler a tão atacada denúncia, chamou minha atenção o fato de um dos integrantes da organização telefonar para o jornalista, para indagar como proceder, relativamente ao material que estava sendo acessado. Pelo diálogo, ficou bem evidente que o executor seguia ordens.
Nesse mesmo diálogo, o jornalista passa orientações para fazer parecer que todo o material foi entregue de uma únicia vez, aponta o que deve ser baixado, o que deve ser apagado. O diálogo não só deixa evidente que o contato ocorreu durante todos os acessos indevidos o diálogo deixa evidente que o jornalista sabia que o procedimento ético exigia publicar material recebido na íntegra. Na linguagem técnico-jurídica, essa consciência sugere o dolo na atuação.
Ficou bastante claro que o jornalista sabia que as ações ilícitas estavam em curso e ficou bem claro que ele sabia que estava agindo de maneira inadequada, pois tomou o cuidado de criar um cenário para fazer crer ter recebido o material de uma única vez.
Eu acho muito perigoso jornalistas, sem analisar com calma essa passagem, saírem em defesa de um comportamento que, ao que me parece, não pode ser caracterizado como jornalismo. Não estou dizendo que A ou B seja culpado. Mas é preciso olhar o caso no detalhe.
Algumas profissões, por sua relevância à Democracia, têm prerrogativas e garantias. Até para que essas garantias e prerrogativas sejam devidamente protegidas, deve-se evitar equiparar comportamento éticos com comportamentos, no mínimo, questionáveis.” - Janaína Paschoal
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