Sismólogos da Universidade de Pequim ficaram surpresos ao constatar que o núcleo da Terra desacelerou nos últimos anos, chegando ao ponto de igualar a sua velocidade com a do planeta. O artigo, publicado na revista Nature, detalha que esse fenômeno pode influenciar não apenas a duração dos dias, mas também o clima e o mar, além de os campos gravitacionais e magnéticos.
'Coisas da era espacial'
"É simplesmente maravilhoso. É realmente ótimo ver a anatomia e fazer a cirurgia antes de realmente colocar as crianças em risco", disse Jeelani disse à agência de notícias PA.
"Você pode imaginar como isso é reconfortante para os cirurgiões. De certa forma, essas operações são consideradas as mais difíceis do nosso tempo, e fazê-lo em realidade virtual era realmente coisa da era espacial."
Ele disse que tentativas anteriores malsucedidas de separar os meninos significavam que sua anatomia era complicada por tecido cicatricial, e ele estava "realmente apreensivo" com o procedimento arriscado.
Jeelani disse que ficou "absolutamente exausto" após a operação de 27 horas, durante a qual fez apenas quatro pausas de 15 minutos para se alimentar e hidratar, mas foi "maravilhoso" ver a família se sentindo "nas nuvens" depois.
Ele acrescentou que, como em todos os gêmeos siameses após a separação, a pressão arterial e os batimentos cardíacos dos meninos estavam altas - até que eles se reencontraram quatro dias depois e tocaram as mãos.
Os gêmeos estão se recuperando bem no hospital e terão pela frente seis meses de reabilitação.
Mudança de vida
Este foi o sexto procedimento de separação de Jeelani com a Gemini Untwined, depois de operar anteriormente em gêmeos do Paquistão, Sudão, Israel e Turquia.
Ele liderou o procedimento ao lado do médico Gabriel Mufarrej, chefe de cirurgia pediátrica do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Rio de Janeiro.
Mufarrej disse que o hospital onde ele trabalha cuida dos meninos há dois anos e meio, e sua separação foi uma "mudança de vida".
"Desde que os pais dos meninos vieram de sua casa na região de Roraima para o Rio para buscar nossa ajuda há dois anos e meio, eles se tornaram parte da nossa família aqui no hospital."
Bernardo e Arthur, com quase quatro anos de idade, são os gêmeos craniópagos - ou seja, gêmeos com cérebro fundido - mais velhos a se separarem.
De acordo com a instituição de caridade, um em cada 60 mil nascimentos resulta em gêmeos siameses, e apenas 5% deles são craniópagos.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62397465