
O governo Lula aumentou os gastos em ritmo quase duas vezes maior que o da arrecadação entre 2023 e 2025. A diferença pode levar a um colapso nas contas públicas a partir de 2027, com risco de “shutdown” — quando faltaria dinheiro até para manter serviços básicos.
A receita líquida cresceu R$ 191,3 bilhões no atual mandato, enquanto as despesas subiram R$ 344 bilhões, devendo ultrapassar a arrecadação em 2025. O déficit primário pode chegar a 0,77% do PIB, o que tende a aumentar a dívida pública em cerca de 12 pontos percentuais.
Para conter a escalada dos gastos, o governo tenta ampliar a arrecadação com novas taxações, como sobre apostas esportivas, fintechs e investimentos hoje isentos. Parte das propostas enfrenta resistência no Congresso.
Apesar das regras fiscais do arcabouço, criado em 2023, a gestão federal tem usado brechas para ampliar os gastos. Programas como o Minha Casa Minha Vida e o Desenrola são financiados com recursos fora do orçamento primário, o que aumenta a dívida, mas não afeta o teto das despesas.
O crescimento das despesas também é impulsionado por regras automáticas. Saúde e educação, por exemplo, recebem percentuais fixos da arrecadação líquida. Com o aumento das receitas, esses gastos sobem na mesma proporção. Além disso, a política de valorização do salário mínimo gera reajustes acima da inflação, o que eleva os custos da Previdência.
Pagamentos como o BPC, que atende idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, também aumentaram. O número de beneficiários cresceu em mais de um milhão desde o início do governo. Já as emendas parlamentares passaram de R$ 35,6 bilhões para R$ 50,4 bilhões, pressionando ainda mais o orçamento.
Para especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo, se o ritmo atual continuar, a partir de 2027 o governo pode não ter recursos para manter serviços básicos em funcionamento, como combustível para viaturas, internet, luz e água em órgãos públicos. Os gastos livres, conhecidos como discricionários, seriam os mais afetados.
Diante do cenário, a expectativa é de que medidas mais duras sejam necessárias após as eleições de 2026, como mudanças nas regras que vinculam gastos em saúde, educação e no reajuste do salário mínimo. As informações são da Folha de S.Paulo.
FONTE:PLENO NEWS
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