O barulho da erupção no sábado (15) ainda está na cabeça das pessoas. Moradores de Fiji descreveram o “som de trovoadas”. Neozelandeses, um “estrondo sônico”. Uma moradora pensou que eram bombas explodindo.
Um vulcão submarino tinha despertado com ferocidade em Tonga. Horas depois, causou silêncio: a internet e o telefone caíram. Os mais de 100 mil habitantes do arquipélago ficaram quase inacessíveis. O vulcão danificou o único cabo de comunicação que conecta o país com o mundo.
O diretor da Cruz Vermelha para o Pacífico avisou que está no escuro, ninguém sabe a escala dos danos. Mas é certo que as ondas de 1,20m e as cinzas contaminaram o abastecimento. A prioridade é levar água potável e purificadores.
Um dos satélites mostrou a ilha do vulcão coberta de cinzas. A área do lugar aumentou 45% só com os detritos de atividade vulcânica. As nuvens de gás e fumaça alcançaram 20 km de altura.
Imagem de satélite mostra erupção submarina em Tonga em 15 de janeiro de 2022 — Foto: Cortesia/Serviço Meteorológico de Tonga
Quem conseguiu mandar mensagem narrou “uma paisagem lunar”. Uma parte do arquipélago desapareceu. O mar engoliu fauna e flora de uma ilha que não era habitada por pessoas.
A primeira-ministra da Nova Zelândia disse que a fumaça é um risco. Jacinda Ardern prometeu lançar água, independentemente da situação do aeroporto. A ministra do Exterior da Austrália ofereceu ajuda ao que chamou de “família do Pacífico”.
O Japão até soltou um alerta de tsunami. Um senhor chegou em um dos abrigos, mas outros pararam no engarrafamento.
O telefone do serviço meteorológico de Samoa Americana não parava. Agora, o alerta à costa oeste dos Estados Unidos foi dado.
O Chile também pediu para as populações costeiras subirem para portos-seguros.
No Peru, as ruas ficaram alagadas. Uma moradora de lá narra uma sequência de quatro ondas que deixou a água na altura do joelho. Pelo menos duas pessoas morreram afogadas.
Um britânico perdeu a irmã em Tonga. Ele disse que ela era dona de um abrigo para vira-latas e morreu tentando salvar os cachorros.
O Reino Unido chegou a registrar duas vezes a onda de choque atmosférico e o Brasil sentiu o deslocamento de ar 12 horas depois da erupção.
Alguns satélites escaneiam, em questão de minutos, um hemisfério inteiro para ajudar na resposta emergencial, e um dos focos é a região conhecida como “Círculo do Fogo”. Com 40 mil km de extensão, ela tem formato de ferradura e engloba mais de 450 vulcões do Pacífico. Os sismógrafos captam algum tipo de abalo no local a cada 5 minutos.
A superfície da Terra é uma "colcha de retalhos", de placas tectônicas que flutuam na lava. O Brasil tem sorte de passar longe delas. Quando essas placas roçam, elas podem gerar terremotos. A agitação delas também pode expelir a lava para fora da crosta terrestre. Essas erupções geram deslocamento de superfícies e às vezes provocam ondas de grandes proporções.
O ex-geólogo-chefe de Tonga disse que nunca tinha visto uma erupção tão explosiva, “uma liberação de energia surpreendente”.
FONTE:https://g1.globo.com/j
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