Pastor presbiteriano, André Mendonça, deixou a AGU em abril de 2020 para ocupar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, substituindo Sérgio Moro, após seu pedido de exoneração. Em março de 2021, ele retomou ao comando da AGU, após uma reforma ministerial.
André Mendonça já foi chamado pelo presidente Bolsonaro de “terrivelmente evangélico” quando este se referia, em diversas ocasiões, à sua possível indicação para uma das duas vagas no Supremo Tribunal Federal. E nesta terça-feira (13), o presidente da República oficializou a indicação do advogado-geral da União para a vaga de ministro do STF, com publicação no Diário Oficial da União.
A indicação segue agora para o Senado, e em caso de aprovação, André Mendonça ocupará a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou de forma compulsória, nesta segunda-feira (12), após completar 75 anos de idade.
Em nota, Mendonça agradeceu o presidente pela confiança e se colocou à disposição do Senado. “De forma respeitosa, buscarei contato com todos os membros, que têm a elevada missão de avaliar meu nome. Por fim, ao povo brasileiro, reafirmo meu compromisso com a Constituição e o Estado Democrático de Direito. Deus abençoe nosso país!”, diz a nota.
Segundo a Agência Brasil, Bolsonaro visitou o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, após deixar o STF na noite desta segunda (12), e afirmou que Mendonça já vem conversando com os parlamentares e “existe sim, uma grande possibilidade de ser aceito.”
Perfil cristão
Esta é a segunda indicação que o presidente faz para um cargo no Supremo. Na primeira, em 2020, os senadores aprovaram o nome Kassio Nunes Marques, que era desembargador do Tribunal Regional Federal da 1° Região, para a vaga do ex-ministro Celso de Mello.
Na ocasião, Bolsonaro disse que, para esta segunda vaga, indicaria um jurista de perfil cristão. Ontem, ele afirmou que Mendonça é um “homem equilibrado, religioso, respeitador, que tem os seus princípios”. “Ele é sim extremamente evangélico, ele é pastor evangélico. Só faço um pedido para ele, que uma vez por semana ele comece a sessão [do STF] com uma oração. Independente do meu pedido, tenho certeza de que os demais 10 ministros, caso [o nome de Mendonça] seja aprovado no Senado, não vão se opor a isso, muito pelo contrário, vão se sentir com a alma bem mais leve para fazer o seu julgamento”, disse Bolsonaro.
Questionado sobre o fato do Estado brasileiro ser laico (que não adota uma religião oficial e separa assuntos religiosos da administração pública), para o presidente isso significa apenas “não impedir outras religiões em prol de uma só”. “O público evangélico, que é em torno de 40% [da população do país] merece uma pessoa aqui dentro [do STF]. E além de ser evangélico e pastor, ele tem profundo conhecimento das questões jurídicas”, afirmou Bolsonaro, destacando o currículo de Mendonça.
Advogado da União desde 2000 e com pós-graduação em Governança Global, André Luiz de Almeida Mendonça assumiu a Advocacia-Geral da União no início do mandato de Bolsonaro, em janeiro de 2019. Foi procurador seccional da União em Londrina e também coordenou a área disciplinar da Corregedoria da AGU.
Redação CPADNews/ Com Agência Brasil - Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil.
0 Comentários:
Postar um comentário