A Petrobras “ignorou” as pressões do governo e de autoridades e acabou anunciando o aumento dos preços do diesel e da gasolina nesta sexta-feira (17). Em nota enviada à imprensa, a estatal afirmou que “é sensível ao momento que o Brasil e o mundo enfrentam” de alta de preços.
A estatal argumentou que busca o equilíbrio de preços com o mercado global, e evita trazer a instabilidade do mercado internacional para o país, tanto que manteve o preços da gasolina congelado por 99 dias e do diesel por 39 dias, prática que não é comum a outros fornecedores no Brasil, nem fora do país.
A Acelen, única refinaria de grande porte privada brasileira, foi citada como exemplo, pois reajusta os preços semanalmente.
– Esse posicionamento permitiu à Petrobras manter preços de GLP estáveis por até 152 dias; de diesel por até 84 dias; e de gasolina por até 99 dias. Essa prática não é comum a outros fornecedores que atuam no mercado brasileiro que ajustam seus preços com maior frequência, tampouco as maiores empresas internacionais que ajustam seus preços até diariamente – diz a estatal.
Após 99 dias congelado, o preço da gasolina será reajustado neste sábado (18), pela Petrobras, passando a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias da estatal, uma aumento de 5,2%. O diesel, há 39 dias sem aumento, passou a custar R$ 5,61 o litro, alta de 14,2%.
Os reajustes refletem a disparada dos preços dos derivados no mercado internacional, seguindo a alta do petróleo e refletindo maior demanda e o fechamento de refinarias em meio à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Ainda na mesma nota, a estatal disse que o mercado de energia passa por um momento desafiador, pelo impacto da recuperação econômica e da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que reduziram a oferta e aumentaram a demanda, principalmente por diesel.
Nesta sexta (17), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “a Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos”, e relembrou a greve dos caminhoneiros de 2018, que parou o Brasil.
Na quinta (16), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chegou a dizer que a Petrobras “declarou estado de guerra ao povo brasileiro”, e que a empresa age como “inimiga do Brasil”. Já o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do mesmo partido de Lira, disse que a Petrobras “não é de seus diretores. É do Brasil”.
*AE
FONTE:PLENO NEWS
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