Convidado pela CPI do MST para prestar esclarecimentos sobre as invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que não poderá comparecer a audiência sob a justificativa de que tem de cumprir uma “extensa agenda ministerial”.
– Ele [Teixeira] mandou três opções de data para não fazer a audiência no dia 10. Como tinha ameaça de transformar o convite em convocação, ele cancelou a agenda e deu um jeito. Pode ser que o ministro Fávaro, pelo mesmo motivo, não pôde atender.
Diferentemente de Teixeira, Fávaro não propôs uma nova agenda. O presidente da CPI, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), soube da mensagem apenas na manhã desta quarta-feira (16).
Nesta quarta, Fávaro se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e participa da Marcha das Margaridas. O evento em Brasília, realizado de quatro em quatro anos, defende as pautas políticas de mulheres trabalhadoras rurais. Ele também tem agenda à tarde.
– Levamos a vosso conhecimento que, em razão da extensa agenda ministerial, não será possível o comparecimento na audiência em tela. Contamos com vossa compreensão e enviamos cordiais cumprimentos – escreveu a coordenadora-geral de agenda, cerimonial e eventos da pasta, Rosane Henn, em email enviado à comissão.
Fávaro não apresentou datas alternativas, nem sugeriu que os integrantes da comissão estipulassem uma nova data. Ele compareceria à CPI nesta quinta-feira (17). Agora a oposição precisa encontrar uma solução.
Inicialmente, havia sido feito um acordo com o governo para que o Fávaro comparecesse à CPI na condição de “convidado”, em vez de “convocado”, o que tornaria a presença obrigatória. Porém, agora o governo tem a maioria dos membros da comissão, o que torna mais difícil que uma “convocação” seja aprovada.
Os integrantes da comissão souberam da ausência do ministro nesta terça-feira (15), após um telefonema do ministério para a secretaria da CPI. O comunicado incomodou o relator, Ricardo Salles (PL-SP), que o chamou de “fujão” e “traidor do agro”.
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) citou o caso do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que também foi convidado e, à princípio, não poderia comparecer na data marcada pela comissão. No entanto, Teixeira foi à sessão.
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