As estudantes de medicina Thaís Caldeiras Soares Fofffano e Gabrielli Farias de Souza prestaram depoimento à Polícia Civil nesta segunda-feira (14), após serem denunciadas pela família de uma paciente por terem exposto a situação da jovem no TikTok. As alunas se apresentaram ao 14º DP (Pinheiros) e disseram que a intenção ao produzir o vídeo era de somente comentar o caso clínico, sem a intenção de ofender.
Thaís e Gabrielli publicaram o vídeo onze dias antes da morte da paciente, identificada como Vitória Chaves da Silva, de 26 anos. Na gravação, elas expressaram surpresa devido ao fato de a jovem ter recebido três transplantes de coração.
A família de Vitória prestou queixa na delegacia e também denunciou o caso para o Ministério Público, acusando as jovens de injúria por terem sugerido que Vitória precisou realizar sucessivos transplantes por erros cometidos por ela mesma.
Segundo informações obtidas pelo portal Metrópoles, no depoimento às autoridades, Thaís buscou justificar seu comentário de que “essa menina [Vitória] está achando que tem sete vidas”, alegando que tinha como objetivo frisar “tratar-se de uma moça abençoada, algo realmente muito raro”, por ter conseguido três corações na fila de transplante.
Thaís também negou que teve a intenção de “zombar da paciente”, destacando que sequer a conhecia, nem teve qualquer contato com o prontuário. Ela e Gabrielli sustentaram que o caso Vitória foi usado como exemplo por parte dos professores durante o estágio, no Instituto do Coração (Incor).
Gabrielli seguiu a mesma linha argumentativa, e disse ter participado do vídeo como o mero objetivo de “comentar o caso médico” e que “nunca quis ofender ninguém”. Ela ainda afirmou que é comum que as instituições de ensino debatam casos complexos como os de Vitória com os alunos.
– O estágio apresenta esse tipo de caso: o vídeo tinha como objetivo o caso e não a paciente – argumentou.
O 14º DP finalizou o inquérito e apresentou o caso ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), que decidirá ou não se haverá denúncia contra as estudantes. Para o delegado Marco Antônio Bernardo, os autos devem ficar no aguardo do oferecimento da queixa-crime pelo advogado da vítima.
Neste fim de semana, as jovens vieram a público por meio de um novo vídeo a fim de dizerem que lamentam a perda da família, e “deixar claro que a intenção jamais foi expor”.
– A única intenção do vídeo foi demonstrar surpresa por um caso clínico raro que tomamos conhecimento dentro de um ambiente de prática e aprendizagem médica – disseram.
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